A palavra recall, aqui no Brasil, está muito associada à devolução de um lote ou de uma linha inteira de produtos feita pelo próprio fabricante. Ocorre pela descoberta de problemas relativos à segurança de um determinado produto. Ou seja, quando existe recall, um defeito precisa ser corrigido.
E você sabia que esta palavra também é utilizada na política?
O recall político é um mecanismo de democracia participativa, que possibilita aos eleitores a revogação de mandato eletivo de políticos e o veto a projetos aprovados por parlamentares. É um dispositivo que permite a revogação de um mandato.
Nos Estados Unidos
Conhecido e constitucional em outros países, como Estados Unidos e Suíça, o recall necessita, exclusivamente, da vontade popular.
Diferente do impeachment, a revogação de mandato não requer a abertura de um processo criminal. No recall basta que o eleitorado perca a confiança. Quando isso acontece, um percentual de assinaturas de eleitores insatisfeitos é o suficiente para convocar novas eleições para um cargo específico. O processo é simples, direto e democrático, já que deixa a decisão por conta de quem elegeu aquele parlamentar. É uma forma de “deseleger” um político.
E no Brasil?
Projeto tramita no Senado
Tramita no Senado, a proposta de emenda à Constituição (PEC) que cria a possibilidade de revogação, por parte dos próprios eleitores, do mandato de presidente da República. De acordo com o texto, o presidente da República poderá ter seu mandato revogado a partir de proposta assinada por, no mínimo, 10% dos eleitores que compareceram à última eleição presidencial.
A apresentação do pedido de recall será permitida apenas no segundo e no terceiro anos do mandato. Em seguida, o Congresso convocaria um referendo popular para revogar o mandato do presidente. Se a população decidir pela revogação, o cargo será declarado vago, mas não serão necessariamente realizadas novas eleições.
Confira aqui a PEC.
E você, é a favor ou contra o recall? No site e-Cidadania, é possível votar sobre o tema. Acesse aqui.