29/08/2017 | Prestação de Contas

Vamos falar sobre o Distritão?


Por Guilherme Anderson Sturm
CEO and Founder
Tempo de leitura: 4 minutos

Mudanças à vista na forma de eleger deputados estaduais, federais e vereadores. Dentre os temas que englobam a reforma política, um novo modelo eleitoral tem ganhado os holofotes nas últimas semanas. Sim, estamos falando do distritão. Mas, afinal de contas, como este sistema funciona?

Municípios e estados divididos em distritos. E quem são os eleitos? Os mais votados. De forma simplificada, essa é a dinâmica de funcionamento do distritão, modelo de votação proposto pela PEC 77/2003.

Por exemplo: se no Rio de Janeiro existirem 50 vagas para deputados estaduais, serão eleitos os 50 candidatos mais votados.

E qual a consequência de sua implantação?

Como o sistema não leva em conta os votos para o partido ou coligação, muitos críticos do assunto acreditam que o distritão enfraquecerá os partidos políticos e tornará as companhas individuais mais caras. Outro ponto em destaque seria que os candidatos mais conhecidos teriam mais chance de eleição. Por outro lado, o sistema acabaria com os “puxadores de votos”, que por meio de uma votação expressiva ajudam a eleger colegas de partido.

Modelo de transição

Muitos políticos defendem que o distritão seja uma forma de transição no modelo de votação. O objetivo seria a implantação do distrital misto nas eleições de 2022.

Sobre o distrital misto

Uma mistura do sistema proporcional e do majoritário. No sistema distrital misto o eleitor vota duas vezes – no candidato e na lista dos partidos. Estabelecer vínculos em áreas específicas, dando peso aos partidos: são características do distrital misto. O modelo de votação garante ainda que se um determinado candidato não for eleito, mesmo assim o eleitor poderia influenciar, através do voto na legenda, a distribuição das vagas.

E o distritão light? 

O modelo semidistritão ou distritão light manteria a eleição dos mais votados, mas abriria a possibilidade do voto na legenda, com uma posterior distribuição dos votos entre os candidatos do partido. Esse sistema de votação não existe em nenhum outro país.

#Agenda do distritão na Câmara dos Deputados

Adiada duas vezes, a Comissão Especial da Reforma Política volta a se reunir nesta terça-feira, 29, para votar a PEC 77/2003. São necessários 308 votos para aprovar o projeto em primeiro turno.  Se aprovada, a PEC torna-se emenda constitucional e já passa a valer para o pleito de 2018. Mas para isso, deve entrar em vigor até o dia 07 de outubro deste ano.

Acompanhe aqui as notícias da Comissão da Reforma Política.

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